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'Ficou mais caro dar golpe': condenação de Bolsonaro é marco histórico, mas risco autoritário não está afastado, avalia Marcos Nobre

O Brasil assistiu a um marco inédito nas últimas semanas: a condenação de um ex-presidente da República e de militares de alta patente por tentativa de gol...

'Ficou mais caro dar golpe': condenação de Bolsonaro é marco histórico, mas risco autoritário não está afastado, avalia Marcos Nobre
'Ficou mais caro dar golpe': condenação de Bolsonaro é marco histórico, mas risco autoritário não está afastado, avalia Marcos Nobre (Foto: Reprodução)

O Brasil assistiu a um marco inédito nas últimas semanas: a condenação de um ex-presidente da República e de militares de alta patente por tentativa de golpe de Estado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) “Esse julgamento é histórico porque ficou muito mais caro dar golpe no Brasil”, avalia Marcos Nobre. Professor titular de filosofia política da Unicamp e pesquisador do Cebrap, o Centro Brasileiro de Análise e Planejamento, Marcos afirma que o julgamento é histórico por ter tornado o golpismo significativamente mais oneroso no Brasil. OUÇA NO PLAYER ACIMA A PARTIR DE 1:59 Em conversa com Natuza Nery no podcast O Assunto da última segunda-feira (15), Marcos avaliou que, com a principal liderança da extrema-direita condenada, a política nacional entra em uma fase de rearranjo tectônico. Para Marcos, apesar de Jair Bolsonaro estar fora da disputa eleitoral, o bolsonarismo persiste como força social, digital e política. O professor explica que, em toda a série de golpes e autogolpes anteriores, o país sempre assistiu a uma anistia subsequente que garantia um "espaço para o próximo golpe". Agora, a situação se inverte: "Você tem certeza que você quer dar golpe? Porque daqui para frente a chance de você ir para cadeia é muito grande." Apesar do "enorme avanço histórico" que a condenação representa para a democracia, Nobre alerta para a necessidade de evitar o "exagero" de que o risco de ruptura institucional está afastado. "Não tá afastado, não." Ele destaca que não é por um "passe de mágica que as pessoas autoritárias e com intenções autoritárias vão desaparecer porque teve o julgamento do Supremo". O Brasil precisa permanecer "muito atento", alerta. Ouça a íntegra do episódio aqui. O que você precisa saber: 27 ANOS DE PRISÃO: 12 pontos para entender a condenação de Bolsonaro PLACAR: Veja como votaram os ministros DIA 5: A decisão histórica que condenou o ex-presidente a 27 anos de prisão DIA 4: Como foi o voto de Fux que abriu divergências com Moraes DIA 3: Os votos de Alexandre de Moraes e de Flávio Dino DIA 2: Os questionamentos das defesas de Bolsonaro e dos outros réus DIA 1: Moraes lê relatório, e Gonet apresenta a acusação O ASSUNTO #1555: O rearranjo político pós-condenação de Bolsonaro O ASSUNTO #1554: O diário do julgamento de Bolsonaro - parte 5 O ASSUNTO #1553: O diário do julgamento de Bolsonaro - parte 4 O ASSUNTO #1552: O diário do julgamento de Bolsonaro - parte 3 O ASSUNTO #1548: O diário do julgamento de Bolsonaro - parte 2 O ASSUNTO #1547: O diário do julgamento de Bolsonaro - parte 1 O ASSUNTO #1546: O início do julgamento e a cronologia da trama golpista CRONOLOGIA: Julgamento é inédito no Brasil O podcast O Assunto é produzido por: Mônica Mariotti, Amanda Polato, Sarah Resende, Luiz Felipe Silva, Thiago Kaczuroski e Carlos Catelan. Apresentação: Natuza Nery. Como fica a direita com Bolsonaro condenado? O Assunto é o podcast diário produzido pelo g1, disponível em todas as plataformas de áudio e no YouTube. Desde a estreia, em agosto de 2019, o podcast O Assunto soma mais de 168 milhões de downloads em todas as plataformas de áudio. No YouTube, o podcast diário do g1 soma mais de 14,2 milhões de visualizações. O ex-presidente Jair Bolsonaro fez uma aparição de cerca de 20 minutos na manhã desta quinta- feira, 11 de setembro de 2025, em frente à casa onde ele cumpre prisão domiciliar, em Brasí­lia (DF). A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal fixou nesta noite a pena de Bolsonaro, condenado por tentar dar um golpe de Estado após perder as eleições 2022, em 27 anos e três meses em regime inicial fechado - 24 anos e nove meses de reclusão e 2 anos e seis meses de detenção, com 124 dias-multa (equivalente a dois salários mínimos). Os ministros seguiram o voto do relator Alexandre de Moraes. 11/09/2025 - Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO