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Navio com carga milionária de combustível estava na fila para descarregar quando foi interceptado no porto do Rio

Robinson Sakyiama Barreirinhas Alexandre Barreto/GloboNews Um dos navios que transportava uma carga milionária retida pela Receita Federal durante a Operação...

Navio com carga milionária de combustível estava na fila para descarregar quando foi interceptado no porto do Rio
Navio com carga milionária de combustível estava na fila para descarregar quando foi interceptado no porto do Rio (Foto: Reprodução)

Robinson Sakyiama Barreirinhas Alexandre Barreto/GloboNews Um dos navios que transportava uma carga milionária retida pela Receita Federal durante a Operação Cadeia de Carbono, deflagrada nesta sexta-feira (19), já estava na fila para descarregar o material no porto do Rio de Janeiro quando foi interceptado pelos agentes. A informação foi divulgada pelo secretário da Receita Federal, Robinson Sakyiama Barreirinhas, após coletiva de imprensa na sede da Receita no Centro da cidade. "Já estava fundiado, aguardando ser acoplado. Havia um outro navio demorando para sair. Por cautela, pedimos ajuda da Marinha e fomos até o navio para avisar os responsáveis que havia uma decisão da receita de retenção da carga, para que fosse conduzido para o local de descarregamento", explicou Robinson. A carga dos dois navios -- petróleo, óleo condensado e outros combustíveis --, avaliada em R$ 240 milhões, foi retida pelos agentes da Receita Federal durante a Operação. O segundo navio foi interceptado em Alagoas, na Região Nordeste do País, e está sendo escoltado pela Marinha do Brasil até o Rio de Janeiro, que era o destino final da carga importada. "Houve o desembaraço aduaneiro antecipado (dos navios). Já estava nacionalizado. Juridicamente a carga já está retida. Não acreditamos que o navio que está a caminho do Rio de Janeiro vá se evadir, isso geraria uma problema muito maior. Portanto, por cautela, nós estamos acompanhando". A Operação foi realizada no Rio de Janeiro, em São Paulo, no Amapá, na Paraíba e em Alagoas. Os 11 lugares que foram alvos da ação seram empresas que, segundo as investigações, não tinham estrutura nem capacidade financeira e que apareciam como responsáveis pelas cargas de combustíveis milionárias, além de depósitos e terminais de armazemamento em São Paulo. "As empresas se apresentavam como destinatárias e importadoras do produto, e nós comprovamos que não tinham estrutura física ou financeira", relatou o secretário. A suspeita é que grandes empresas usam contratos complexos para esconder os verdadeiros responsáveis pelas operações e que organizações criminosas estejam por trás das operações de importações de combustíveis. As companhias alvos da operação nesta sexta eram supostamente usadas como laranjas, ou seja, os verdadeiros donos das mercadorias e o caminho do dinheiro eram ocultos. Dezenas de bilhões de reais podem ter sido sonegados na operação de compra e venda do combustível retido pela Receita Federal, segundo Robinson. "O papel da receita federal é atacar um problema maior ainda, não é tributário. O maior dano tributário é aos estados. A questão é a fraude na ocultação do real destinatário, a fraude que há quando se esconde a origem do dinheiro que é utilizado pra isso, que abre margem pra todo tipo de problema, de lavagem de dinheiro, de movimentação de recursos ilícitos, que precisa ser combatido também pela Receita Federal". O secretário afirmou ainda que as investigações relacionadas ao setor de combustíveis foram reforçadas desde 2023, quando foi criada uma equipe que atua como uma delegacia especializada contra fraudes estruturadas. "Estamos reforçando as ações para atacar diretamente o problema. Temos uma maior atenção em relação a isso, uma diretriz clara do governo federal em atacar o problema de uma maneira organizada e coordenada com todos os órgãos de estado. Temos uma inteligência de dados que pode e deve ser utilizada para combater as organizações criminosas. O mais importante é ivestigar a estrutura criminosa que está por trás disso", disse Robinson. As cargas retidas, com o perdimento, se forem óleo cru que possa ser utilizado, terão destinação ambientalmente segura ou economicamente viável. "Se não for um produto ilícito, pode ser destinado a uma empresa nacional, ao próprio mercado". As informações coletadas durante a operação desta sexta serão levadas ao judiciário para a garantia da manutenção da retenção da mercadoria. "Também estamos alterando a legislação aduaneira, endurecendo a regulação da importação de combustível, mas sem prejudicar as empresas de alta conformidade, que têm um relacionamento de confiança com a Receita Federal", finalizou Robinson. Haddad diz que fraudes na importação de combustíveis chegam a bilhões de reais Receita Federal retém carga de 2 navios em operação contra fraudes na importação de combustíveis